quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Desventuras de Tardes Tediosas - Parte V

Quando os três terminaram de comer Hani apagou a fogueira e Dimitri recolheu as poucas tralhas que eles tinham espalhadas. Havia duas sacolas que deviam estar escondidas dentre as árvores quando eles a encontraram, e agora eles a amarravam na sacola.

-Vista isso – Dimitri lhe estendeu um casaco masculino azul escuro, com botões de bronze e abotoaduras nas mangas – Você esta ensopada, e a última coisa que eu quero é uma garota gripada.

Enquanto ele lhe passava o casaco, tomou-lhe a coberta, enrolando-a e amarrando-a a sacola em suas costas. Além das folha,s o sol já havia se posto e uma lua crescente brilhava no céu com poucas estrelas. Eles caminharam para dentro da floresta durante pelo menos duas horas. Os pés de Sarah ardiam, machucados pelos gravetos quebrados e pelas folhas que estavam começando a se secar. O cabelo estava duro, devido a água e a sujeira, e ela conseguia sentir seu próprio cheiro. Para onde quer que eles estivessem indo, ela realmente esperava que houvesse algo como um banho. Quando quase não conseguia mais caminha, uma parede de pedras surgiu diante deles e ela temeu estarem perdidos. Hani olhou para Dimitri, que olhava para o extremo de cada lado do paredão.

-Ali – ele disse, virando a esquerda e caminhando mais quinhentos metros.

Escondido na sombra das rochas e por plantas trepadeira, havia a entrada de uma caverna, ou de um túnel. Hani se mostrou satisfeito com a visão, e tomou a dianteira, afastando os ramos de planta e adentrando a escuridão sem medo algum. O mais velho lhe deu passagem cordialmente, e ela seguiu o primeiro. Não sabia para onde ia, sequer conseguia enxergar as paredes ao seu redor. A única coisa que sabia é que não haviam mais plantas no chão, e poucas pedras pequenas trombavam contra os seus pés descalços. Após vinte cinco minutos o som de vozes, música e passos agitados começou a vir da direção que eles caminhavam

-Estamos perto! – anunciou Hani, alegre.

Ela ouviu os passos dele se apressando e sentiu Dimitri ao seu lado, apressando-a. Os sons ficavam mais altos, e vozes começaram a se distinguir. Até que eles conseguiram ouvir frases completas e uma luz quente atacou o rosto da garota, que protegeu-o instintivamente. Piscou várias vezes, sentido as lágrimas que surgiam cuidadosas. Quando conseguiu abrir os olhos o que ela viu a deixou boquiaberta. Era como se tivessem cavado no meio das montanhas um lugar aconchegante para não muitas pessoas.

Era uma vila arredonda, com paredes do tamanho de edifícios cercando-as. Várias aberturas surgiam nessas paredes, de onde vinham e iam pessoas vestidas com roupas coloridas e espalhafatosas. A maior parte não usava sapatos, e as casas eram de madeira e sobre rodas, como carroças adaptadas. Algumas tendas abertas estavam montadas, e dezenas de pessoas circulavam ali, crianças, adultos e idosos; todos apressados e espalhafatosos.

-Seja bem vinda, estrangeira – disse Dimitri, um sorriso orgulhoso nos lábios travessos.

-Bem vinda à onde? – ela perguntou, virando a cabeça para todos os lados.

Ele riu gostosamente, sem se surpreender.

-Ora, bem vinda a Toca dos Ratos.






"Ela se parecia com uma lanterna antiga, a chama quente e forte escondida atrás de portinholas de aço." -mais uma história sem nome ainda.



Meu nome não é Níh;

2 comentários:

Diego disse...

Que animal!!! *-* Nossa, está cada vez melhor a história. Adorei a vila com casas-carroças!

tatii lacorte disse...

Oi Níh =)
adorei, como seempre.
entra ae, ficou cocozinho, mas é o começo.
http://sayhelloforme.blogspot.com/2009/10/hola.html


love u

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